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André Ribeiro

músico, compositor e etnomusicólogo pela Universidade de São Paulo (USP). Guqinista sob a orientação de Peiyou Chang 張培幼 e mentoria de Yuan Jung-Ping 袁中平 de Sociedade de Qin de Taipei (Taipei Qinhall). Coordenador do grupo POEM Poéticas Orientais em Música, vinculado ao programa de pós-doutorado do Departamento de Música da Universidade de São Paulo. É pesquisador do LINE (Laboratório Interdisciplinar de Estudos do Som) na Universidade de Brasília. Co-fundador e presidente da Associação Guqin Brasil 巴西古琴協會 (2019), e diretor musical do Gaoshan Liushui Ensemble 高山流水 de música chinesa desde 2012 e membro da New York Qin Society e London Youlan Qin Society. É ainda pesquisador na comunidade chinesa em São Paulo, onde conduz pesquisas etnográficas sobre música budista, seus ritos e cerimônias, na comunidade do Templo 中觀寺 de Tzong Kwan.

A CÍTARA GUQIN

 

O guqin ("antigo instrumento de cordas") ou qin é o nome dado à cítara de sete cordas chinesa. De acordo com o sistema Hornbostel-Sachs de classificação dos instrumentos musicais, trata-se de um cordofone.

 

A arte do guqin vem sendo transmiitida ininterruptamente há mais de três mil anos, de uma geração a outra, por meio das escolas ou linhagens de qin (琴派 qínpài)―e chega ao século vinte um com dezesseis escolas tradicionais representativas dessa arte. 

A prática contínua desse instrumento produziu um enorme corpus documental constituído de textos científicos, ensaios filosóficos e compêndios comentados de música que remonta ao início da era cristã.

 

Em 2003 a arte do qin foi declarada patrimônio intangível da humanidade pela Unesco, sendo que uma de suas peças musicais (“águas correntes”) embarcou na sonda Voyager em 1977, gravada no famoso Golden Disk―uma espécie de cápsula do tempo intergaláctica com imagens e sons da vida na Terra. 

 

QUEM SOU
 

Meu nome é André Ribeiro, sou co-fundador e presidente da Associação Guqin Brasil, pós-doutor em composição e poéticas orientais na música o século 20 e 21 pela Univesidade de São Paulo, e etnomusicólogo de ofício. Iniciei os meus estudos em composição musical em 1998, como aluno ouvinte na classe de composição de Willy Correa de Oliveira, e posteriormente na Facudade Santa Marcelina, sob a orientação de Silvio Ferraz.

 

Quando entrei na gradução já havia quatro anos que eu conhecia essa arte ancestral. Em 1994 ouvi pela primeira vez uma gravação em cd da peça Liúshuǐ 流水 ("águas correntes"), interpretada por Lǐ Xiángtíng 李祥霆―a sonoridade inefável me cativou desde o início.

 

Hoje, quase trinta anos depois, esse primeiro encanto me recorda uma frase de Chen Gongliang: "sendo algo tão distante no tempo, o guqin torna-se uma herança fluída, que a ninguem pertence, mas envolve a quem se deixa por ela tocar".

O apreço pelo som do qin e sua história marcaram o meu percurso, desde as aulas privadas de piano em 1996, passando pela graduação em 1999, até o pós-doutorado em 2020. Em meus anos de docência universitária (2012 a 2022) o apresentei em diversas ocasiões, em sala de aula, comentando aspectos centrais a essa arte sonora e interpretando peças clássicas.

 

Embora tenha conhecido o instrumento em 1994, foi somente em 2006 que pude trazê-lo de Pequim, na bagagem de minha lua de mel, o meu primeiro guqin: o modelo fuxi em laca marrom. Iniciei as aulas em 2012 com a instrumentista, hoje, presidente da New York Qin Society, Peiyou Chang 張培幼 (1968-), sociedade a qual faço parte como membro.

 

Em 2018 visitei o mestre Yuan Jung-Ping 袁中平 (1959-) no Taipei Qin Hall 臺北琴道舘, a sede de associação de guqin de Taiwan. Essa experiência foi decisiva em minha vida. Neste mesmo ano, eu e mais quatro amigos criamos a primeira associação de qin brasileira: a Associação Guqin Brasil (2018), lançada oficialmente no ano de 2019 com a vinda da instrumentista sino-canadense Diana Tang para uma palestra concerto no departamento de música da Univesidade de São Paulo.

A COMPOSIÇÃO CONTEMPORÂNEA ATRAVESSADA PELO ORIENTE
 

Formado em composição musical, nutro o gosto pela pesquisa acadêmica, e ensinei durante muitos anos as principais técnicas da composição contemporânea em quatro universidades (USP, UnB, Católica de Santos e EMESP).

 

Com o passar do tempo, impulsionei minha formação específica em composição ao universo do qin, e também à música instrumental do sul da China com o Ensemble Gaoshan Liushui (2012) nele atuando como diretor artístico e instrumentista durante uma década, que culminou no CD "Paisagens da China" (2017), disponível nas plataformas digitais.

BUDISMO E OS RITOS SONOROS
 

Há mais de vinte anos mantenho uma pesquisa de campo sobre os ritos sonoros budistas, iniciada no Templo Tzong Kwan, no ano de 2001, quando, sob a orientação do corpo monástico (o Sangha), passei a transcrever partes da cerimônia budista ordinária. 

 

Trabalho que culminou na publicação Dharma Sounds: The soundscape of the Taiwanese Buddhism in São Paulo, Brazil, apresentada em simpósio na Western Sydney University (2021), e em versão recém ampliada, no 6° SimpOriente da UERJ (2022).

POEM - POÉTICAS ORIENTAIS EM MÚSICA [PESQUISA]

Vinculado ao programa de pós graduação em música da Universidade de São Paulo, organizei o grupo de pesquisa em Poéticas Orientais em Música POEM (2019) como parte de meu plano de atuação no pós-doutorado, inteiramente dedicado à recepção brasileira as músicas asiáticas, com foco na pesquisa acadêmica sobre os temas da identidade, representatividade, poética e teoria analítica.

E por aí vai!

Me (and my left-handed Qin).jpg
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