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Qin ou Guqin?

breve história do instrumento

O qin 琴 ou guqin 古琴, uma cítara de sete cordas, é um dos instrumentos musicais mais antigos e venerados da China. Com uma história que se estende por milênios, o guqin transcende a mera função musical, sendo profundamente enraizado na cultura e filosofia chinesas.

Origens e Evolução

As origens exatas do guqin são perdidas na névoa do tempo, mas acredita-se que tenha surgido durante a dinastia Shang (aproximadamente 1600 a.C.). Inicialmente, possuía apenas cinco cordas, representando os cinco elementos da natureza: metal, madeira, água, fogo e terra.


Expansão e Refinamento:

 

Com o passar do tempo, o guqin ganhou duas cordas adicionais, atribuídas aos reis Wen e Wu da dinastia Zhou. Essa expansão simbolizava a harmonia entre o céu, a terra e os humanos. Ao longo das dinastias seguintes, o instrumento foi refinado, tanto em sua construção quanto em sua técnica de execução.


Período de Ouro:

Entre as dinastias Han (202 ac. - 220 dc.) e Tang (618 à 907 dc.), o guqin alcançou seu apogeu. Era considerado um símbolo de erudição e refinamento, sendo tocado por poetas, filósofos e membros da aristocracia. A música do guqin era associada à meditação, à contemplação da natureza e ao cultivo da mente.


Significado Cultural e Filosófico:

Considerado o "instrumento dos sábios," o guqin era mais do que um instrumento musical; era um objeto de veneração e um símbolo do status social. Tocadores de guqin eram considerados sábios e eruditos, capazes de expressar as mais profundas emoções e ideias através da música.


Conexão com a Natureza:

 

A música do guqin era frequentemente inspirada pela natureza, com peças que evocavam paisagens, animais e fenômenos naturais. Essa conexão profunda com o mundo natural era vista como uma forma de alcançar a harmonia interior e proporcionar uma educação dos sentidos de forma global.


Filosofia Confucionista:

 

O guqin desempenhou um papel importante na filosofia confucionista. A música era vista como uma forma de cultivar a virtude e a moralidade, e o guqin era considerado o instrumento ideal para essa finalidade.


Declínio e o Renascimento:

Com o passar dos séculos, o guqin perdeu um pouco de sua popularidade, à medida que outros instrumentos musicais ganhavam destaque. A Revolução Cultural na China, no século XX, causou um grande prejuízo ao patrimônio cultural chinês, incluindo o guqin.


Renascimento:

 

Nas últimas décadas, houve um crescente interesse na revitalização do guqin. Músicos e estudiosos dedicam-se a preservar a tradição e a popularizar o instrumento. O guqin foi declarado Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade pela UNESCO em 2003, o que impulsionou ainda mais seus estudos e práticas.


O Guqin nos Dias Atuais:

Aprender a tocar guqin exige disciplina, paciência e dedicação. Aprender a tocar o instrumento envolve não apenas a técnica, mas também a compreensão da cultura e da filosofia chinesa na forma com nos alcança no presente.


Cultivo interior:

 

A música do guqin continua a encantar e inspirar pessoas ao redor do mundo. Suas melodias suaves e profundas evocam um senso de paz e tranquilidade.


Preservação e Inovação:

 

Músicos contemporâneos tem explorando novas possibilidades para o guqin, combinando a tradição com a inovação. Novas composições e arranjos estão sendo criados, expandindo os horizontes da música do guqin.


O guqin é muito mais do que um instrumento musical; é um tesouro cultural que conecta o passado com o presente. Sua história milenar e sua rica simbologia continuam a fascinar e inspirar pessoas de todas as idades e culturas.

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