Guqin os primeiros passos I

Orientações para prática musical ao Qin e os cuidados essencias.

O texto a seguir refere-se a uma forma de cuidado na prática deste instrumento, aliás muito antiga, pois reflete o exercício de um conduta histórica. Foi publicado originalmente no site da Associação Guqin Brasil.

Primeiros Passos I

A arte do Qin reflete a essência da antiga cultura chinesa. Ela envolve ao menos três dimensões: conduta pessoal, o qin como objeto (instrumento) e o estudo da documentação histórica (tratados e partituras). Aqui falo sobre os primeiros passos para uma conduta sólida.

Os cuidados essenciais com Qin refletem uma rotina mental de calma e concentração. Pegamos ele com leveza e o carregamos pelos cômodos de nossa casa na vertical com a extremidade afunilada (onde dobram as cordas) apontada para baixo e rente ao nosso corpo.

É no abraço do Qin que iniciamos o nosso rito de abertura. Alguns mantêm o costume de guardá-los todos os dias no estojo de viagem após tê-lo embalado num saco de tecido próprio (soft case). No passado eram os brocados de seda que os envolviam. Hoje são tecidos de algodão, e também são produzidos estojos de viagem (hard case) de isopor e revestimento de lona.

Uma boa forma de preservar o guqin é manter uma rotina calma e tranquila no abrir e fechar — colocando o estojo em cima de um sofá ou mesa baixa, suspendemos o guqin na vertical (lembre-se: sempre com a ponta para baixo) retiramos como delicadeza o saco de tecido (soft case), e inserindo a mão esquerda em uma de suas cavidades ressonantes (há duas delas), o levamos na vertical até a mesa.

Com cuidado o inclinamos deixando as tarraxas de afinação uns poucos centímetros para fora da mesa; usualamente dois dedos de espaço entre as tarraxas e lateral da mesa. Quando terminamos o estudo realizamos o mesmo ritual de volta ao estojo. Toda a leveza e concentração com que realizamos esse simples exercício reflete a calma concentrada de nossa mente — é o caminho para uma boa prática!